Porque partiste avó?
Porque não voltaste?
Deixaste-me só...
Porque não me levaste?
Chamavas-te Emília,
um nome belo
juntaste a família
eras o nosso elo.
Os teus olhos, pareciam diamantes
Inteligentes, brilhantes.
Um alvo e liso cabelo
A emoldurar-te o rosto
Com as marcas do flagelo,
sulcadas pelo desgosto.
Cedo conheceste a dor,
A perda e o amor.
Quando sorrias para mim
A tua face iluminada,
Cheiro de jasmim
Na roupa lavada.
Eras paciente,
Por vezes também irreverente
Contavas-me uma única história
Que ainda conservo na memória.
Memória de um tempo feliz,
De uma infância à muito perdida
Que ainda guardo com carinho
Para mais tarde ser reacendida
A beleza da juventude conservada
Na tua face imortalizada.
(Isabel Andrade)
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